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Artista retoma graffiti durante a pandemia e usa a arte para evangelizar e conscientizar

O artista André Reis, especializado em graffiti, retomou a arte durante a pandemia após anos afastado, utilizando sua criatividade como forma de evangelização. Ele desenvolve obras com temas sociais e religiosos, buscando comunicar-se com comunidades marginalizadas. O artista pretende expandir seu trabalho por todo o Brasil.

André começou a desenhar ainda na infância, inspirado por momentos compartilhados com o primo, com quem sonhava trabalhar na indústria automotiva. No entanto, após a morte do primo, vítima de uma doença grave, ele abandonou a prática do desenho. “Ele era como um irmão para mim”, disse André ao relembrar o impacto da perda. Durante muitos anos, ficou afastado da arte, buscando novas direções para a vida.

Foi durante a pandemia de Covid-19 que o artista reencontrou o caminho da arte. Enquanto refletia sobre sua missão no mundo, começou a orar e questionar seu propósito de vida. Nesse período, sentiu uma forte inspiração para voltar a desenhar, vendo na arte uma forma de transmitir mensagens de fé e esperança. “Eu perguntava a Deus o que eu deveria fazer aqui, já que não sabia cantar, pregar ou tocar’’ foi então que a vontade de desenhar voltou.

Sua primeira obra comercial aconteceu quando uma cliente, que havia visto um trabalho seu em um café, o procurou para criar uma arte. Apesar das dificuldades no início, ele conseguiu fechar o negócio e, desde então, vem vivendo exclusivamente da sua arte. “Da primeira arte, veio a segunda, depois a terceira, e assim foi. Hoje, vivo somente disso”, afirmou.

A arte do grafiteiro tem um forte componente religioso e social. Ele vê no graffiti uma forma de comunicação com pessoas esquecidas pela sociedade e faz questão de usar suas obras para passar mensagens de fé e alegria. Entre os personagens que criou, destaca-se o “Kbça de Lâmpada”, uma figura recorrente em seus murais, que representa luz, criatividade e esperança. E ressaltou que usa da arte para falar de Deus e para lembrar as pessoas da importância da humanidade e da alegria.

André também tem como referência outros grandes artistas do graffiti, como Fhero, Asher e Bruna Rison, que inspiram suas técnicas. Ele destaca a importância de diferenciar graffiti de pixação, ressaltando que o graffiti é uma forma de arte que valoriza e transforma espaços urbanos, enquanto a pixação muitas vezes polui visualmente a cidade e cria um estigma negativo em torno do muralismo.

Entre suas obras mais notáveis está um mural pintado no Liceu Cuiabano, onde o artista estudou durante o ensino médio. No mural, ele trouxe personagens como o Patolino e a Pantera Cor-de-Rosa, sempre com uma mensagem de conscientização sobre o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. Para André, o graffiti tem o poder de impactar vidas, especialmente ao abordar temas sensíveis como a saúde mental.

Além dos trabalhos comerciais, o grafiteiro também está envolvido em projetos sociais. Ele planeja ministrar uma oficina de graffiti para crianças, com o objetivo de ensinar a arte como uma ferramenta de expressão e empoderamento. “Quero levar a minha arte para ajudar as pessoas, especialmente as crianças, que muitas vezes não têm acesso a esse tipo de atividade”, afirmou.

Com grandes ambições para o futuro, André pretende levar sua arte para todas as regiões do Brasil e até para o exterior. Ele acredita que o graffiti pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social, e seu objetivo é espalhar essa mensagem por onde passar.

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